Observatório da Jihad


28.6.06

Surreal

A Comunidade Islâmica na Web está ao rubro! Os três fiéis mais activos juntaram-se para debater «O Poder de Israel». E, logo, lemos: «Não se esqueçam que vivemos na Europa, não em nenhuma ditadura terceira-mundista. Temos aqui a liberdade de expressão e ainda bem.» Esta afirmação mais parece um 'tiro no pé', mas continuemos: «Israel vive da shoa» e «Imoral, defender o exterminio do povo da Palestina para tranquilizar a consciência dos crimes do passado de alguns povos.» Sabiam que os palestinianos estão a ser exterminados? Eles sabem! Segue-se o relato do novo muslim bond que teve receio de ser assassinado pelos israelitas na Holanda (afinal foi um muçulmano que matou um realizador de cinema mas, suponho que isso já não lhes interesse) que termina dizendo: «Talvez o presidente iraniano possa ter razão em querer que o seu país domine a tecnologia nuclear e talvez porque não produzir armas nucleares!» Está tudo aqui, divirtam-se!

Nota: O dhimmi Daniel Oliveira foi adoptado pelo myciw. Les beaux esprits se rencontrent.

Atlântico 16 (à venda, amanhã)

«As consequências políticas do uso da força, tanto no Irão como no resto do mundo islâmico, suscitam cenários preocupantes. Os riscos são imensos. Mas pode chegar-se à conclusão que é o mal menor.»
Vasco Rato in Atlântico

Gilad Shalit

André Abrantes Amaral, n'O Insugente, evocando o caso do soldado israelita Gilad Shalit, relembra Entebe, e chama a atenção para a importância do exemplo de um Estado não abandonar aqueles que o servem! Ler aqui.

Nobel da Paz?

n'O Jansenista lê-se com propriedade:
«Os Mártires de Al-Aksa, o "braço armado" da Fatah, anunciou que já tem a capacidade de desencadear ataques bacteriológicos e químicos nos seus ataques com rockets contra as comunidades israelitas. Convém lembrar que se trata dos legítimos herdeiros do «Nobel da Paz» de 1994, Yasser Arafat.» ler

27.6.06

Fábrica de imagens

Helena Matos
in Público, 17.06.06

Durante a primeira guerra do Iraque, um dos jornalistas que ficaram em Bagdad foi o espanhol Alfonso Rojo. Dessa experiência resultou um ódio desproporcionado de Rojo aos repórteres das grandes cadeias de televisão - com destaque para Peter Arnett, então grande estrela da CNN - e um livro que se lê vertiginosamente: «Os Maus Rapazes de Bagdad. Diário de Guerra», editado em Portugal pela Inquérito. Este livro é um retrato vivíssimo sobre o Iraque de Saddam. Imperdíveis são, entre outras, as linhas que Rojo dedica a uns portugueses assentadores de mármore que encontra em Bagdad já em plena crise dos reféns. Ou seja, durante aquele Verão de 1990 em que Saddam Hussein não só não deixava três mil cidadãos estrangeiros sair do Iraque, pois em caso de ataque eles poderiam funcionar como escudos humanos, mas também fazia questão de se deixar filmar ao lado desses homens, mulheres e crianças chamando-lhes "convidados especiais" enquanto os cumprimentava. A imagem em que Saddam puxava pelo braço de Stuart, um rapaz britânico, e lhe fazia festas no cabelo é um documento profundamente aterrador. Os portugueses acabariam por sair do Iraque após uma longa espera e muita laje assentada pois a empresa portuguesa que fornecia Saddam dos marmóreos materiais, ainda conseguiu colocar em Bagdad quatro toneladas de mármore a escassos dias de a ONU decretar um embargo ao Iraque. O livro de Alfonso Rojo e a sua denúncia da encenação de imagens para repórter ocidental mandar para casa tornaram-se-me subitamente presentes nos últimos dias, ao acompanhar as notícias que davam conta daquilo que foi definido como "massacre numa praia de Gaza" e em que de uma família apenas uma criança sobreviveu. Rapidamente soubemos que se chama Houda Ghalya e tem dez anos. Quem a viu chorando a morte do pai, da mãe e dos seus irmãos percebeu que poderia estar diante dum fenómeno semelhante ao de Mohammed al-Doura. Assassinado enquanto se protegia nos braços do pai, em Setembro de 2000, este menino palestiniano de 12 anos tornou-se o pretexto e o símbolo da nova Intifada. Houda Ghalya gritando desesperadamente pelo pai que perdera era uma imagem tão poderosa quanto a do corpo sem vida de Mohammedal-Doura, caído nos braços dum pai também ele morto. Tal como aconteceu com a morte de Mohammed al-Doura, também neste caso se esqueceram imediatamente os obuses lançados de território palestiniano sobre israelitas tão civis quanto o era a família de Houda Ghalya. Entretanto, num processo tão rápido quanto de legalidade duvidosa, o presidente palestiniano Mahmoud Abbas anunciava ter adoptado a pequena Houda Ghalya. Por uma trágica coincidência, o destino de Houda Ghalya assemelha-se cada vez mais ao de Mohammed al-Doura. Investigações posteriores, nomeadamente da televisão alemã, confirmaram que Mohammed al-Doura não foi morto pelo exército israelita. Não é que não pudesse ter sido, mas provavelmente não foi. Antes pelo contrário, terá sido vítima de fogo cruzado palestiniano. O que nada altera o absurdo da sua morte mas faz uma diferença substancial no que respeita aos apoios à chamada causa palestiniana. Hoje, sexta-feira, quando escrevo esta crónica, não se sabe quem terá morto a família de Houda Ghalya: um míssil israelita ou uma mina palestiniana? Face ao que sucedeu naquela praia, isso pode parecer um detalhe grotesco. Mas não é. E sendo certo que desejo ardentemente que não tenha sido Israel, não posso deixar de me interrogar o que será feito de Houda Ghalya se em vez de símbolo da causa palestiniana se tornar na sobrevivente do fogo amigo do Hamas e da Fatah? Nas últimas semanas vários palestinianos têm perdido a vida em confrontos entre si. Deles não sabemos nem o nome, nem o sexo e muito menos a idade. Provavelmente os seus familiares não os choram porque jamais os vemos nas televisões. Muito menos vemos as lágrimas vertidas por aqueles que, acusados de colaboracionismo com Israel ou de outro pecado qualquer, são executados por uma das muitas brigadas, movimentos, grupos e organizações em que está arregimentada boa parte dos palestinianos. Por exemplo, que atenção mereceram Jefal Ayesh e Wedad Mustafa? A sua história é tão terrível quanto o seu fim. Ele tinha 25 anos, ela 27. Amavam-se. Ela era viúva de um membro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa. Ele, alvo de chantagem, terá passado informações aos israelitas. Foram ambos detidos, torturados e executados no início deste mês de Junho num campo palestiniano. O destino deste casal pouca atenção mereceu na imprensa internacional. E caberá perguntar por que não vimos nós o vídeo gravado durante os interrogatórios de Wedad Mustafa e de Jefal Ayesh? Afinal, material audiovisual é aquilo que não nos falta sobre a chamada causa palestiniana. Sendo certo que Israel não está isento de culpas nem de responsabilidades na questão palestiniana, também é certo que o maior problema dos palestinianos são por um lado os irmãos árabes, que além de os massacrarem de facto os têm atirado para estratégias suicidas, e por outro as suas próprias lideranças. Seria interessante perceber em que foram gastos os milhões e milhões de dólares, euros e outras moedas que, ao longo de décadas e décadas, têm sido afectados aos palestinianos. Onde estão os livros, as escolas, as estradas, as estações de tratamento de água... que tantas vezes têm sido pagas? Além dos 165 mil funcionários públicos contratados pela Autoridade Palestiniana e daqueles que estão afectos aos diversos e antagónicos serviços de segurança, o que se produz, fabrica e cria nos territórios que estão sob a jurisdição da Autoridade Palestiniana? A crise gerada pela suspensão da ajuda europeia e norte-americana aos palestinianos após a eleição dum governo do Hamas tornou evidente como os palestinianos se tornaram não só absolutamente dependentes destas ajudas mas sobretudo como consideram ter absoluto direito a elas. Mesmo aqueles dirigentesque nos são apresentados como moderados, como será o caso da delegada-geral da Palestina em Portugal, senhora Randa Nabulsi, verbalizam esta reivindicação dos fundos como se estes fossem uma alínea do seu PIB: "Primeiro foi Israel que, há três meses, reteve o nosso dinheiro: 50, 60 milhões de dólares por mês. Os americanos fizeram o mesmo. Mas porquê a Europa? Ficamos espantados com a reacção da Europa", perguntava a delegada-geral da Palestina em Portugal durante uma entrevista ao semanário Expresso. Excluindo o dinheiro retido por Israel, que em parte pode corresponder a verbas tributárias devidas à AutoridadePalestiniana, que dinheiro da Autoridade Palestinina reteve a UE? E os EUA? Dependentes economicamente, os palestinianos são-no também mediaticamente. Por isso não vimos o vídeo da confissão de Wedad Mustafa, não voltámos a ouvir falar de Mohammed al-Doura e não sabemos se iremos voltar a ouvir o nome de Houda Ghalya.

Humor 10

A propósito da peça de teatro em exibição em Lisboa «Me Cago en Dios» e que já originou uma manifestação pacífica em Madrid e a circulação de emails em Portugal, o meu amigo BA propõe:
«Em resposta a esta peça sugiro o incêndio da embaixada de Espanha, ameaças de morte ao autor e todos os envolvidos e manifestações com violência física. Vamos também boicotar todos os produtos espanhois até haver um pedido oficial de desculpas do Estado espanhol. Além de dar bons resultados, esta estratégia tem como bónus a "compreensão" da classe política para com os ofendidos, com especial destaque para o inimitável Freitas do Amaral...»

25.6.06

Condenação do ódio

O Tribunal de Bruxelles condenou Abdel Rahman Ayachi e Raphaël Gendron, gestores do site muçulmano Assabyle.com (desactivado) a 10 meses de prisão, dos quais 5 meses efectivos, assim como ao pagamento individual de 15.000 € de multa, num processo em que foram condenados por antisemitismo, revisionismo e incitação ao ódio racial.
in LDJ

O assassinato de Martin Adler

Francisco José Viegas escreve sobre o assassinato do jornalista:
«Martin Adler tinha 47 anos e foi assassinado ontem, a tiro e pelas costas, na Somália, durante uma manifestação convocada pelos Tribunais Islâmicos. Martin estava em trabalho para o Channel Four inglês, ao serviço de quem já ganhara alguns prémios para reportagens efectuadas nos lugares mais perigosos do planeta -- da faixa de Gaza ao Afeganistão, da Somália e da Etiópia à Colômbia.
Martin escrevia também para a imprensa sueca e inglesa (Daily Telegraph e Independent) como free lancer. Acontece que não é um desconhecido para nós -- e especialmente para mim, que dirigi a Grande Reportagem.

(...)
A sua fantástica humildade, só possível num grande repórter que fotografava, filmava e escrevia, era uma marca que notávamos sempre em Martin. Quando precisávamos de uma história (o fundamentalismo na Indonésia, as bombas de Bali, a morte em Grozny ou o rapto de crianças na Guatemala), Martin estava sempre disponível para a Grande Reportagem. Trabalhando para os gandes jornais ingleses e suecos, para a BBC ou para o Channel Four, Martin Adler nunca recusou escrever e fazer reportagens para nós. Algumas das grandes entrevistas com os líderes do terrorismo na Indonésia ou no Afeganistão, por exemplo, foram feitas por ele, e para a GR.Morreu ontem, baleado pelas costas, aos quarenta e sete anos; negaram-lhe aquilo a que até então ele nunca fugiu: encarar o perigo de frente.Onde quer que esteja o filho da puta que disparou aquelas balas, mais os filhos da puta dos Tribunais Islâmicos implicados na sua morte, gostava que houvesse justiça.»

Humor 9

Dedico este cartoon ao Tayeb administrador da Comunidade Islâmica na Web (don't offend my religion)

Humor 8

24.6.06

Culpabilidade israelita?

Como os muçulmanos insistem na culpabilidade das Forças Armadas Israelitas no incidente que vitimou sete pessoas na praia de Gaza, leia a verdadeira história «Gaza Beach Libel» publicada pelo Honest Reporting.

23.6.06

Anti-Jihad fashion

A Elise anda a namorar estas t-shirts.
Este Verão promete...

22.6.06

Cão Infiel

O Kruzes Kanhoto acaba de nos elucidar sobre o significado da expressão «Cão Infiel».

O Front National namora a comunidade magrebina

Ainda há quem pense que a extrema-direita é um obstáculo à islamização?

Uma responsável do Front National (FN) dirigindo-se aos franceses de origem magrebina (beurs) é inédito (escutar a emissão aqui). Foi sem surpresa que a prestação de Marine Le Pen, vice-presidente do partido, na rádio Beur FM em 6 de Junho, foi comentada nos meios de extrema-direita. O jornal Minute (14 de Julho) reserva-lhe 3 páginas e a capa onde se pode ler: «Um milhão de votos em jogo, qual será o voto ‘beur’?», «Marine Le Pen foi bem acolhida», regozija-se o semanário de extrema-direita, que vê aqui o fruto da oposição do presidente do FN à intervenção americana no Iraque.
Para o Minute, esta emissão «Fórum débat» animada por Ahmed El Keiy, provou que o horizonte entre o FN e os beurs é convergente.
in
Le Monde

21.6.06

"Save Civilization. Defeat Jihad"

Este ano vou fazer sucesso na praia.
Vende-se aqui!

20.6.06

Turquia censura desenho animado

Na Turquia - país que pretende integrar a EU - a televisão pública turca TRT, controlada pelo governo islâmico-conservador proibiu a difusão do desenho animado de Walt Disney «Winnie the Pooh» com o pretexto de que uma das personagens é um porquinho. Já, anteriormente, outros desenhos animados com porquinhos tinham sido proibidos.
O porco é considerado um animal impuro para os muçulmanos.

Secretário-Geral dos Imãs de França preso pela polícia

Segundo a AFP, Dhaou Meskine, Secretário-Geral dos Imãs de França foi preso hoje, juntamente com 20 colaboradores próximos, na sequência de uma investigação sobre o financiamento do terrorismo.
via France Echos

19.6.06

Rescaldo do Portugal / Irão (Mundial 2006)

Mais um exemplo da tolerância islâmica

A polícia religiosa da Arábia Saudita (muttawa) prendeu quatro cristãos no país, após os ter surpreendido a rezar, em privado, numa casa particular. Os cristãos eram originários da Etiópia e da Eritréia e lideravam um grupo de cerca de 100 pessoas que se costumava reunir privadamente para cerimónias religiosas.
Segundo a agência AsiaNews, do Instituto Pontifício das Missões Estrangeiras, os quatro africanos ainda estão presos na cadeia para imigrantes de Jeddah.
O governo da Arábia Saudita proíbe a prática de qualquer religião que não o Islão e não admite qualquer manifestação pública das mesmas (ter uma Bíblia ou um crucifixo, rezar em público, construção de lugares de culto, etc.). A vigilância sobre estas prescrições é exercida pela muttawa, conhecida pela violência com que actua.
A presença cristã no país resume-se, quase por completo, a trabalhadores imigrantes.

in Agência Ecclesia

Relatório sobre os casamentos forçados na Europa

«Western Resistance» apresenta um relatório sobre este fenómeno que a imigração trouxe para a Europa. São casamentos efectuados contra a vontade da mulher - muitas vezes adolescente - ou sob uma excessiva pressão para os costumes ocidentais.

* Samira Bellil, fundadora e líder do grupo «Ni putes, ni soumises» faleceu de cancro em Setembro de 2004. No livro Dans l'Enfer des Tournantes descreve a cultura da violência contra as mulheres, baseando-se na sua horrível experiência.

14.6.06

Sociedade dos Pensadores Islâmicos

A Islamic Thinkers Society publica esta imagem com o título 'Stupide Kaffirs' (Infiéis Estúpidos). Os estúpidos somos nós, claro. Porque as mulheres e os homens têm o mesmo valor perante a lei e a sociedade. Porque somos capazes de amar e exteriorizar esse sentimento. Porque os actos de carinho e ternura são publicamente aceites. Porque as mulheres se podem vestir como querem e não como o Corão ordena. Veremos se somos suficientemente estúpidos para nos submetermos aos valores retrógrados do Islão.
A cretinice destes 'escravos de Alá' vai ao ponto de cobrirem com tinta preta a cara, os braços e as pernas da rapariga da foto.

13.6.06

Entrevista com o poeta sírio Ali Ahmad Said Esber

Extrato da entrevista de Alexandra Lucas Coelho a Ali Ahmad Said Esber, publicada no jornal »Público», Junho de 2006

(...) Nascido na aldeia de Al-Kassabin, no Norte da Síria, em 1930, Ali Ahmad Said Esber mudou de nome muito novo, quando a publicação dos seus poemas foi rejeitada. Escolheu um nome pagão e viveu de acordo com ele. "A-religioso", como se define, Adonis é uma voz incómoda para todos os fundamentalismos. Em 1956 deixou a Síria pelo Lìbano, onde pensou poder viver livremente, até que Beirute foi cercada. Seguiu-se Paris. Lá está. Exprime-se fluentemente francês, desembaraça-se em inglês, mas na verdade, garante, só fala uma língua, o árabe. É em árabe que pensa, diz e escreve.

- Há muito tempo que é uma voz livre na sua crítica em relação aos países árabes, e ao que sente que neles é auto-destrutivo. Há 30 anos fez uma diagnóstico duro para o fim do milénio. Agora, quando olha para o que chamamos mundo árabe, o que vê?
- Não estou nada surpreendido pelo estado actual de coisas. Nem sobre o plano económico, nem sobre os planos social e cultural. Tinha a intuição de que o mundo árabe vivia num estado de degradação e de retrocesso. Escrevi muito sobre isso, tive não poucos inimigos por isso, diziam-me que eu só via a degradção, que mesmo em plena revolução eu vira a decadência.
A cultura árabe estava a centrar-se nos frutos da árvore e não nas raízes. Não colocávamos nenhuma questão fundamental, por exemplo, em relação à religião. Dizíamos que a religião estava morta, que já não tinha importância.

- Está a falar de que época?
- Dos anos 50.
(...)
- O mundo árabe estava em revolução. E depois?
- Eu tinha a intuição de que essa revolução só tinha perante si a derrota absoluta. Porque eles não punham qualquer queastão radical sobre a sociedade: a cultura fundada sonre a religião, o indivíduo, a sua liberdade, o outro diferente de mim e o seu direito à diferença. Isso não lhes interessava. Era a política, criar um regime. E acreditava-se que a partir desse regime tudo mudaria. O resultado foi o mais reaccionário. Construíram-se muito mais mesquitas do que nos anos precedentes. A religião enquanto ideologia fez muitos progressos durante os regimes ditos revolucionários. E nada mudou, no fundo.

- Mulheres que não usavam véu nos anos 60 agora têm filhas tapadas. O que se passou?
- Há uma explicação corrente, que é o fracasso da esquerda - a religião seria a única alternativa. Acho que é uma explicação insuficiente, porque a religião esteve sempre presente. Havia uma superfície repressiva, de esquerda, como Nasser [líder do Egipto]. Mas Nasser nunca mudou nenhuma lei para fundar o socialismo. Nunca mudou a universaidade, as leis da herança, do casamento. Não fez nada, essencialmente. Foi isso que permitiu aos religiosos ocupar o lugar político actual.
(...)
- Depois do 11 de Setembro, dos atentados de Londres, da reacção às caricaturas de Maomé, da vitória de Hamas, o que é que vê?
- Neste momento, só vejo forças religiosas. Os outros, as forças progressivas, digamos, estão dispersas, mal-organizados, matam-se entre si. No fundo, não há forças anti-religiosas, porque se as há não o ousam dizer. Querem alianças políticas nas eleições. Os progressistas neste momento fazem alianças, na Síria, no Líbano.
E mesmo a esquerda que é oposição, trabalha com os religiosos da oposição. Isso não poderá chegar a criar qualquer mudança na sociedade. Portanto, não vejo nada de que possamos dizer: eis um projecto digno de ser defendido. Se o mundo árabe não separa a religião da política, que poderá fazer? Se não cria um Estado civil, onde a democracia reine realmente, o homem tenha o direito da diferença, de não-fé como de fé...

- Não crê num futuro religioso? O futuro tem que ser laico?
- Se não há laicidade não há futuro. O que complica o progresso, em relação à religião, é que enquanto fé real, revelação, terminou há muito tempo, está acabada. O que chamamos religião é uma ideologia política. Isso é o pior, o mais infeliz, agora. Uma religião que não é mais do que ideologia política. É horrível.
É possível discutir com um homem de fé, mas com um homem que transformou a sua fé religiosa em ideologia não se pode discutir.
(...)
- O que sente quando ouve falar do choque de civilizações?
- É superficial. Será que há um choque entre Pessoa e Al Mutanabi? Entre os criadores americanos e árabes? Entre Averróis e Hegel? É um jogo, um falso problema. O choque de civilizações é político. Há um choque de regimes, de interessse, de exércitos, mas de civilização não. Se a civilização é encarnada pela criatividade, então a criatividade na história humana foi uma, como quando duas pessoas se unem no amor. A criação une. Mesmo na época de guerra entre os povos antigos, gregos, fenícios, sumérios, árabes, cristãos, os criadores eram irmãos, além da sua língua e nacionalidade.
(...)
- Como árabe que é, acha que há vozes suficientes do lado árabe, muçulmano, a pronunciarem-se?
- Não. A crítica mais radical à política americana, em relação aos muçulmanos, ao Médio Oriente e Israel não é dos árabes mas dos ocidentais. Os maiores críticos dos americanos são americanos, a começar por Noam Chomsky. Mas nós somos um pouco minoritário.
(...)
Se fizermos a comparação entre o estado actual do mundo árabe e a sua história podemos dizer que não há grandes pensadores no interior da fé muçulmana, como havia. Podemos encontrar pensadores nascidos na sociedade muçulmana que são livres. Mas esses, a partir do momento em que repensam um problema no islão são condenados, como Nasser Hamid Abu Zeid. Mas não encontra no centro do islão qualquer pensador. Mais, diríamos que o islão fundamentalista detesta tudo o que é criatividade no domínio das artes: nada de pintura, de escultura, de poesia.

«O mundo está dividido em dois campos»

A organização Alghurabaa, que pretende dar uma visão verdadeira, ortodoxa e pura do Islão, edita vários livros, nomeadamente «The World is Divided into Two Camps» (pela capa percebe-se logo qual é o deles!) escrito pelo Sheikh Omar Bakri Muhammad.

12.6.06

Proselitismo islâmico

Via Eurabian News encontrámos esta peça do proselitismo islâmico. Por oposição aos valores do Islão, os valores britânicos, e portanto ocidentais, são o jogo, o álcool, a homossexualidade, a exploração e... pasme-se... o terrorismo de Estado!!!
Estes muslims são mesmo uns coirões ...

10.6.06

Power Girls

Atlas Shrugs e Ann Coulter na apresentação do livro desta última Godless, the Church of Liberalism.

Comunistas branqueiam al-Zarqawi

«Com a morte, ontem, do "principal inimigo" das forças de ocupação do Iraque, o suposto terrorista Abu Musab al-Zarqawi, a mídia ocidental ocupou horas de transmissão e enormes espaços em seus veículos com a repercussão da notícia. Segundo membros da resistência iraquiana, Zarqawi não era o demônio que Bush pintou.» [ler mais aqui]
in Portal Vermelho do Partido Comunista do Brasil - via Comunidade Islâmica na Web

9.6.06

A liberdade de imprensa nas nossas mãos

Deve um jornal australiano publicar as caricaturas do Profeta Maomé?
Should an Australian newspaper publish the Prophet Mohammad cartoon?
Vote aqui !

-1

Depois do acto higiénico de ontem, hoje está Sol e o dia continua muito agradável.

No forum da Comunidade Islâmica na Web só o Hamid* colocou a notícia da Lusa sobre a morte de Abu Musab al-Zarqawi. A ausência de mais comentários ilustra o estado de alma dos muçulmanos, que a prudência recomenda que não se traduza por palavras!

* Hamid é um espécie de "enfant terrible" do forum islâmico, escreve bem, tem as ideias arrumadas, fala de sexo, mulheres, coloca notícias sobre Hirsi Ali, al-Zarqawi com os respectivos links, o que já lhe valeu a censura, por várias vezes, do administrador do forum, Tayeb Habib. Pelo menos uma cabeça desempoeirada, que saudamos.

[adenda: Uma muçulmana já comentou «(...) fiquei ainda mais de "boca aberta" quando vi na TV algumas pessoas a dançar e a festejar com a morte de outro ser humano... "como isto é possível?" (...).» Será que Nidia Ponte também ficou de "boca aberta" com os festejos nas comunidades muçulmanas no dia dos atentados de 11/9? Ou só lamenta a morte de criminosos que espalham o terror, mesmo junto da sua comunidade?]
[adenda2: Dois muçulmanos, os mais ocidentalizados, que colaboram no forum islâmico revelam não possuir simpatia por al-Zarqawi e mencionam os crimes deste.]

7.6.06

A China e o Islão

O Fórum de Cooperação Sino-Árabe, que decorreu na semana passada em Pequim, veio definir a estratégia da China relativamente ao Médio Oriente para os próximos anos... [ler mais aqui]

6.6.06

De que lado estão os comunistas no conflito civilizacional e cultural que opõe o Ocidente ao Islão?

«(...) estamos a reforçar a nossa solidariedade com a resistência iraquiana e com o povo palestino, tal como condenamos as pressões imperialistas sobre o Irão, a Síria e outros países independentes. Queremos aproveitar a presente crise para reforçar o movimento anti-imperialista de solidariedade com os povos oprimidos de todo o planeta. Finalmente, dizemos aos irmãos muçulmanos que, ao fim e ao cabo, temos os mesmos inimigos, ou seja, o imperialismo mundial encabeçado pela actual administração Bush, e por isso devemos unir-nos para combater o inimigo número um da Humanidade.»
in Resistir Info via Mondo Piccolo

5.6.06

Petição de apoio a Ayaan Hirsi Ali

Para subscrever e difundir pelas mailing lists...

«The future of Europe in Islam»

Repararam?? Já não se debate o futuro do Islão na Europa mas sim o futuro da Europa no Islão!!! Como o debate se vai realizar no auditório de química as comunicações e as conclusões devem ser explosivas.

Panel Debate – Wednesday 7th June (18:45-20:45)
UCL Chemistry Auditorium

Christopher Ingold Building
20 Gordon Street - London WC1H 0AJ
This panel discussion aims to explore the future of Europe in Islam. Islam is frequently cited as Europe's fastest growing religion, and its followers have increasingly been in the spotlight. The rise of the far right across Europe together with a growing confident Muslim identity raises interesting questions about the role that Europe is playing in shaping the future of Islam and Muslims living in the west.
The invited panel of speakers will set out their vision for the future of Europe in Islam and engage with each other in a lively debate and discussion. Members of the audience will be able to put forward their questions for the panellists to discuss.
Panel Members:
Dr Hisham Hellyer, Warwick University (Chair)

Professor Tariq Ramadan, Oxford St. Anthony's College
Dr Abdul Wahid, Hizb ut Tahrir
Dr Yahya Michot, Oxford Centre for Islamic Studies
Huda Jawad, UK Programme Director, Forward Thinking
Mehdi Hassan
Tickets can be booked online at:
www.myh.org.uk/events.htm

All proceeds generated from this event will go toward supporting the work of Muslim Youth Helpline

4.6.06

Conflito de interesses (pessoais)

Cheira-me que uma certa rapaziada, principalmente à esquerda e extrema-esquerda, intrépida defensora dos direitos dos homossexuais (e também do Islão!) está equivocada em relação à tolerância que a religião «da paz e do amor» lhes dedica.

2.6.06

31 de Julho – uma data histórica

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, numa delibe-ração de 31 de Julho de 2001, faz «observar a incompatibilidade da Charia com o regime democrático».
Citação extraída deste documento: «O Tribunal reconhece que a Charia, reflectindo fielmente os dogmas e as regras divinas ditadas pela religião, apresenta um carácter estável e invariável.
São-lhe estranhos os princípios como o pluralismo na participação política ou a evolução incessante das liberdades públicas. O Tribunal releva que, lidas conjuntamente, as declarações em questão que contêm referências explícitas à instauração da Charia são dificilmente compatíveis com os princípios fundamentais da democracia, expressos na Convenção, compreendida como um todo. É difícil, em simultâneo, declarar-se respeitador da democracia e dos direitos do homem e apoiar um regime fundamentado na Charia, que se demarca nitidamente da Convenção, nomeadamente em relação às regras do direito penal e de processo penal, ao lugar que reservam às mulheres na ordem jurídica e à sua intervenção em todos os domínios de vida privada e pública, conforme às normas religiosas.
in European Court of Human Rights Portal

Humor 7

1.6.06

O inimigo interior – em pessoa

O suíço Alain Jean-Mairet é um investigador, um erudito e um excelente tradutor que anima os sites Alain Jean-Mairet, Le Devoir de Précaution e Le Guide politiquement incorrect de l'Islam. Convido a ler a troca de argumentos (em pdf) que manteve com um muçulmano da administração federal suiça, nomeadamente porque existem várias questões que também podemos colocar aos muçulmanos que conhecemos. A introdução reza assim:
«Quem são os islamistas perigosos? Os jovens sem cérebro que se deixam seduzir pela acção suicida? Os apóstolos do ódio que insistem nos
versículos mais agressivos do Corão (os últimos revelados e portanto os mais «válidos» segundo as leis islâmicas), nos actos do profeta (decapitações em massa, campanhas militares incessantes) e nas legislações jihadicas que daí derivam, e que se mantém em vigor até hoje, sem serem questionadas?
Creio que há pior ainda. O pior, na minha opinião, seria um muçulmano de aparência perfeitamente razoável, imberbe, moderado, mesmo refinado, mais sufi, sem ser prosélito e abertamente crítico do Islão radical (wahhabita) mas convencido, no seu íntimo, que o Islão é a solução e que a civilização ocidental e o «homem branco» são nocivos, provisórios.
Efectivamente, uma tal personagem pode integrar-se facilmente nas nossas sociedades e mesmo no aparelho de poder. Uma vez lá, quem sabe o que ele fará? Até que ponto, até que nível de propaganda continuará razoável e a partir de quando dará livre iniciativa às suas profundas convicções e actuará para favorecer o aparecimento daquilo que considera ser o único governo legítimo – o Islão? E do que será capaz? Para enriquecer esta reflexão, exponho
aqui (pdf, 82 págs.) a troca de emails (tornados anónimos) com o «tal» muçulmano. O debate é relativamente longo e profundo – julgo que permitirá fazer uma ideia precisa e fiável das convicções dos dois participantes. O meu interlocutor ocupa um posto de responsabilidade na administração federal helvética. O seu perfil é perfeito. O seu percurso não tem falhas. Mas a suas crenças são, na minha opinião, apocalípticas.»