Israel vai brevemente desaparecer?
Uma imagem (copyright Irena Elster) da Conferência realizada em 14 de Dezembro de 2006, em Paris, sobre o perigo gerado pela atitude do actual governo iraniano, que ilustra efectivamente este artigo, assinado por Pierre Besnainou, presidente do Congresso judaico europeu, publicada no Le Figaro de 15 de Dezembro:
Perante as vociferações do Irão, a Europa deve mostrar a sua coragem
“Israel vai brevemente desaparecer.» Tal é, por conseguinte, a última ameaça de Mahmoud Ahmadinejad. Não passa um dia sem que o presidente iraniano ataque o povo judaico, a sua memória ou o seu Estado. Há pouco, organizou um concurso de humor sobre o Shoah. Cada um apreciará. A esse respeito, o humor francês faz furor no país dos mullahs que acaba de conceder o segundo prémio desta desastrosa competição a um dos nossos concidadãos…
Recordem simplesmente o que cada um já sabe: o presidente iraniano é tudo excepto um marginal, está à frente de uma nação de 70 milhões de habitantes em vias de dispor da arma nuclear. A sua ambição tem o mérito de ser clara: limpar a Terra do Estado judaico, como Hitler desejava limpar a Terra dos Judeus.
Para levar a efeito esta missão, o Irão abriu no Médio Oriente várias sucursais onde o ódio é disputado com brutalidade. Formado na mesma escola que seu comparsa persa, Hassan Nasrallah, líder Hezbollah, afirmou: “Se todos os Judeus se reunissem em Israel, poupar-nos-iam ter os procurar por toda a parte, no mundo” (Daily Star, Beirute, 23 de Outubro de 2002).
Que não se diga que estes propósitos não devem ser tomados seriamente, que se trata de provocações, que os seus autores são loucos. Não a nós. Não sobre o nosso Velho Continente que ainda transporta os estigmas do ódio. A Europa conheceu a guerra, a tragédia e a crueldade e sabe, mais que nunca, aos horrores que levam os discursos como os do presidente iraniano e dos seus fiéis, e com a boa consciência com que pronunciam tais palavras hoje matarão judeus amanhã. O dever dos chefes de Estado europeus é elevar alto e forte esta memória, barrando, sem silêncio, sem fraqueza e sem covardia, os que ameaçam o futuro da humanidade. E denunciar estes propósitos por aquilo que são: um estímulo ao genocídio aprovado pela Convenção para a prevenção e a repressão do crime de genocídio de 1951 (artigo 3).
É a altura para que o Conselho Europeu, que reúne às Quinta e Sexta-feiras, denuncie nos termos mais fortes o comportamento inominável dos líderes iranianos, e que adopte as sanções mais vigorosas o seu respeito.
Sim, a civilização persa foi uma grande civilização. Sim, nem todos os Iranianos apoiam os erros do seu presidente. E é precisamente por respeito a esta história prestigiosa e por solidariedade com dissidentes que a comunidade internacional deve demonstrar uma firmeza sem falha. Também, enquanto o regime iraniano mantiver a mesma orientação, a dignidade e a honra mandam que não se discuta com ele. Ou que pelo menos, dado que, parece que se “deve” falar com todos, tenha-se a decência de fazê-lo ao abrigo das câmaras e com o segredo que exigem as missões infames.
Em vez disso, no Verão passado, o ministro francês dos Negócios estrangeiros julgou oportuno sublinhar “o papel estabilizador” da República islâmica do Irão, durante o encontro imortalizador ao lado do seu homólogo iraniano, Manouchehr Mottaki. Este último, comparava, há alguns dias, o sionismo ao nazismo, na abertura da conferência internacional sobre o Holocausto que reúne em Teerão o conjunto da comunidade negacionista. Esta iniciativa é pavorosa, e deve ser lida à luz das declarações que apelam à destruição do Estado hebreu. O século XX, por conseguinte, teria sido para o povo judaico apenas uma página branca…
Quando se decidirá que o tempo da diplomacia já passou? Até quando a Europa fará o jogo do regime iraniano? Este último prefere pisar a memória da humanidade, proferir discursos de ódio inconcebíveis, desprezar a comunidade internacional, e apenas suscita vagas condenações de princípio. A renúncia parece ter levado a melhor sobre a indignação. Conhece-se a sequência: a renúncia dá lugar à indiferença, e a indiferença à passividade. Aí está porque, no caso presente, a renúncia é impossível e a indiferença culpada: culpada em relação a Israel e do povo judaico, culpado pela estabilidade regional e a paz mundial, culpado, por último, em relação às gerações futuras.
Fechemos os olhos um instante e coloquemo-nos em 1938, nas vésperas da tragédia. Vamos supor que conhecíamos os acontecimentos trágicos que iam desenrolar-se no mundo, qual seria a energia e os esforços não teríamos feito para os evitar?
Actualmente, é tempo de abrir os olhos.
via AJM
5 Comments:
Deve desaparecer o actual estado de Israel, racista e de Apartheid.
É o que até os judeus anti-sionistas dizem.
Caro Silver,
Primeiro devo dizer que concordo com seus comentários feitos no BLOG DO COMENTADOR, bem como este artigo do seu Blog.
Sobre Israel. É uma ilha de democracia numa parte do mundo onde prevalecem o totalitarismo e a intolerância.
Contra Israel há esse tipo de pensamento exposto pelo ANÔNIMO aí em cima, classificando o Estado israelense como racista e, em princípio, não telerando sua existência. Não o tolera, porque caso o fizesse, diria que Israel deveria superar sua suposta condição de Estado racista. Mas não! Afirma que Isrel é um Estado racista e vai logo determinando sua aniquilação. Coisa típica da intolerância. Some-se a isso boa dose de antiamericanismo, as viúvas da União Soivética, pensamento obscurantista e anti-0cidental, extremismo e ignorância, fazendo eco ao discurso odioso e nefasto do presidente iraniano.
Mas é aqui em nosso Ocidente que estes, que tanto criticam o Ocidente, podem criticá-lo com liberdade, sem medo da prisão arbitrária, da perseguição contra o livre pensar ou de assassinato. Estivessem do lado que tanto defendem, nem poderiam abrir a boca, a não ser para concordar. É um tipo de ingratidão que o Ocidente, em princípio, tolera e respeita. Eis a grandeza do Ocidente!
Cumprimentos do Brasil.
Excelente post e 2º comentário.
Israel é realmente um grande incómodo, para todos aqueles que usam, abusam e escravizam os árabes e querem fazer o mesmo a toda a humanidade.
"para todos aqueles que usam, abusam e escravizam os árabes"... A família real Saudita?
é um óptimo exemplo!
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