Observatório da Jihad


19.12.06

Perigo! A imaginação excede a razão

por Albert Soued, para Nuit d'Orient
19 de Dezembro de 2006

Ahmed Sheikh é o editor da televisão por satélite de Al Jazeera que emite de Doha no Catar (Emirato Árabe) para o mundo inteiro. É de origem palestiniana e foi recentemente entrevistado por Pierre Heumann, jornalista do semanário suíço Die Weltwoche.
Em substância, afirmava que a criação do estado do Israel era o motivo do não desenvolvimento económico do mundo árabe, do desaparecimento das suas classes médias, da sua falta de escolas e de hospitais, a sua não evolução democrática etc.… resumidamente, de todos os males que afectam este mundo. E a razão que invocou não tem nada de racional. “A existência de um estado judaico próspero e forte choca o ego árabe e o paralisa o seu impulso de desenvolvimento”. (1)
O que é preocupante é que, prisioneiro desta sua cultura e da educação recebida, o responsável de uns grandes meios de comunicação social árabe, em vez descrever objectivamente a realidade do terreno, serve-nos a teoria “do bode expiatório”.
Desde a Declaração Balfour em 1917, preconizando a criação de um estado judaico na Palestina-Jordânia, os meios de comunicação social árabes locais começaram, pouco a pouco, a desencadear acusações contra os seus vizinhos judaicos que provocam mesmo pogroms em 1927, 1929 e 1936. Desde o renascimento do estado de Israel em 1948, o tom tem subido progressivamente até a níveis que podem ser considerados hoje como intoleráveis no Ocidente. É necessário acrescentar a isto a depreciação do judeu na educação dada nas escolas árabes, sem falar nas madrassas e nos sermões da Sexta-feira. Para o árabe da rua, hoje, o judeu e, em especial o judeu israelita, é um não-ser, um verme a esmagar ou o Mal a erradicar (2). O auge é atingido por um não-árabe que se erigiu em defensor do Islão, Mahmoud Ahmedinejad, o presidente iraniano que acaba de reunir um fórum anti-semita e anti-sionista que põe em dúvida a realidade do Holocausto hitleriano (3). Uma maneira de tomar a retransmissão do mundo árabe o do Islão não-árabe e aí difundir com maior extremismo o ódio anti-judaico. Com o objectivo de saciar as suas negras intenções a prazo.
E esta propaganda islâmica-árabe, em grande escala, tem também repercussões sobre a mentalidade ocidental que se adapta e, em parte aceita-a, de forma a desculpar-se da Shoah. É tempo de acertar os pêndulos à hora.
O reino do Israel foi criado em -1005, tendo cindindo-se, após algumas dezenas de anos em 2 reinos, Israel, ao Norte (aproximadamente Samaria) e Judeia, a Sul de Jerusalém. O reino de Israel desapareceu no início do século VIII antes da era corrente, provocando a dispersão das dez tribos no mundo e o reino da Judeia durou até ao ano 70, aquando da destruição do segundo Templo de Jerusalém pelas legiões romanas.
O Reino da Judeia durou mais de 11 séculos, mais ou menos independente. E é a dispersão deste Reino que originou os judeus da diáspora actual. A dispersão do Reino do Israel provocou “as tribos perdidos” sendo que algumas estão em vias de ser reencontradas.
Desde esta destruição, no ano 70, o país foi ocupado por inúmeros e sucessivos invasores. Este país foi chamado “Palestina” pelos primeiros invasores, os Romanos (4). Os judeus no entanto nunca cessaram de residir neste país. E a maioria dos residentes eram judeus até à invasão árabe, em 636.
Os judeus da diáspora nunca deixaram de retornar a instalar-se no país chamado a Palestina, mas em pequeno número. O regresso dos judeus dispersos intensificou-se partir do século XIX e sobretudo após a Primeira Guerra mundial.
Assim, a partir de 1868, já existia uma maioria judaica em Jerusalém e de acordo com Karl Raedeker, em 1906, havia em Jerusalém 40.000 judeus, 13.000 cristãos e 7.000 muçulmanos. Aquando da Declaração Balfour, em 1917, havia 250.000 árabes na Palestina e mais de 100.000 Judeus. A maior parte dos judeus, assim como os árabes, eram imigrantes, que provinham da Europa e dos países circundantes do império otomano.
Após o desmoronamento do império otomano, a Palestina-Jordânia foi colocada pela Sociedade das Nações sob mandato britânico. O território previsto para o regresso dos judeus na Declaração Balfour compreendia a Palestina e o Transjordânia (Jordânia actual e um pedaço de Iraque). Em 1923, para compensar o rei hachemita Abdallah, que reinava sobre o Hedjaz, pela perda da Arábia, dada à tribo do Al Saoud, Churchill atribuiu-lhe a Jordânia, ou seja 80% do território prometido aos judeus. No espírito de Churchill, a criação deste novo Estado receberia todos os árabes da Palestina-Ocidental para a Palestina-Leste chamada Jordânia, pela sua deslocação a Leste do Jordão. Se esta visão Churchill tivesse sido satisfeita na época, não teria havido problema árabe-israelita.
Após a criação de Israel, entre 1948 e 1967, 650.000 árabes refugiaram-se na Jordânia, no Líbano e na Síria, ou deslocaram-se para a região de Gaza, sob autoridade egípcia, ou para Judeia-Samaria, invadida e depois governada pelo rei da Jordânia. Paralelamente, 900.000 judeus deixaram os países árabes, a maioria expulsos. Grande parte encontrou refúgio em Israel, criado pela O.N.U em 1948, sobre um minúsculo território, ou seja menos de 10% do previsto por Balfour em 1917.
Os fundadores do novo Estado podiam escolher entre várias designações para este Estado, Palestina, Israel, Nova Judeia... Escolheram o nome genérico de uma nação e do reino do Norte disperso, Israel. As terminologias “Nova Israel” ou mesmo “Nova Judeia” teria sido mais realista. Porque é necessário não perder de vista que poucas pessoas no mundo sabem que Israel era uma nação com 3500 anos e um reino com 3.000 anos que durou 3 séculos para uma parte e 11 séculos para outra.Trata-se por conseguinte de um renascimento de um Estado e não da sua criação. E é o que parece assustar hoje alguns eminentes árabes como Ahmed Sheikh… e muitos outros que vivem no imaginário da sua religião e a sua cultura, e que não percebem que Israel é uma realidade perene que os podem ajudar a emancipar-se.
Notas
(1) Die Weltwoche e World Politics Watch (para a versão inglesa).
(2) Basta ler os livros escolares da Arábia Saudita ou de outros países da região, ou os meios de comunicação social que publicam os discursos e os escritos inflamados contra os judeus para medir a amplitude dos estragos causados aos árabes no subconsciente de 3 gerações:
- sítio político de tradução dos meios de comunicação social árabes.
- vídeos dos meios de comunicação social árabes.
- televisões árabes.
- “ask for death”.
- vídeos sobre o abuso de crianças.
- luta contra o ódio, o racismo e o anti-semitismo
- anti-semitismo no mundo árabe.
(3) Na semana de 4 a 11 de Dezembro reuniu-se em Teerão, sob a instigação de Ahmedinejad, uma conferência internacional nagacionista que juntou pessoas de extrema-direita que negam o Holocausto judaico, com o objectivo de reescrever a História de acordo com seus fantasmas.
(4) Palestina deriva de “Filisteia”, povoação egeia que vem do mar. É o nome criado pelos Romanos para designar Judeia. Foi retomado pela Sociedade das Nações para designar o território atribuído aos judeus pela Declaração Balfour, a Leste assim como a Oeste do Jordão. Hoje, parece designar as zonas onde os árabes vivem a Oeste do Jordão, fora do Israel ou a linha verde que define o território israelita.

2 Comments:

At 13:51, Anonymous Anónimo said...

me manda as fontes destas informações...

 
At 15:20, Anonymous Anónimo said...

É a história reinventada, floreada com mentiras dos sionistas - tretas do costume.

 

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