Deputada que criticou uso do véu com protecção policial
Polémica do véu já chegou a Itália
Depois do Reino Unido, a polémica sobre o véu islâmico parece ter alastrado a Itália, onde uma deputada que criticou o véu como um atentado à liberdade durante um programa televisivo foi colocada sob protecção da Polícia, devido ao receio de represálias.
Daniela Santachè, da Aliança Nacional (extrema-direita), conhecida pelas suas opiniões frontais e nem sempre pacíficas, participou sexta-feira num debate televisivo sobre a crescente polémica em torno do uso do véu islâmico na Europa, e opôs-se veementemente ao seu uso, afirmando que o véu “nunca pode ser considerado um símbolo de liberdade” e “nem sequer é exigido pela religião”. Esta última afirmação irritou profundamente um dos outros participantes, Ali Abu Shwaima, imã de uma mesquita dos arredores de Milão, que não se conteve e chamou “infiel” à deputada. “Não vou permitir que uma ignorante fale sobre o Islão. O véu é uma obrigação exigida por Deus”, afirmou o imã.A polémica alastrou, entretanto, ao ponto de a deputada – que escreveu recentemente um livro extremamente crítico sobre as condições de vida das mulheres islâmicas – ter já sido colocada sob protecção policial, devido ao receio de retaliações por parte de grupos radicais islâmicos.Recorde-se que a controvérsia em redor do véu islâmico está a agitar vários países europeus, principalmente o Reino Unido, na sequência da suspensão de uma professora muçulmana por se recusar a dar aulas sem o véu. Na sequência deste caso, as escolas de Bradford, cidade com uma grande população muçulmana, preparam-se para proibir o uso do véu islâmico por professoras e alunas. As autoridades alegam que, além de dificultarem a comunicação entre alunos e professores, os véus levantam problemas de saúde e de identificação dos alunos."
TEMOS CONVIVIDO NATURALMENTE"
A deputada socialista Maria de Belém Roseira não se opõe ao uso do véu islâmico, desde que as mulheres que o usam o façam “porque querem e gostam” e não “porque são compelidas a isso”. Lembrando que em Portugal a questão não tem a relevância que assume noutros países europeus, como o Reino Unido, Maria de Belém não vê na questão do véu um problema capaz de abrir divisões no nosso país. “Temos convivido naturalmente com todas as religiões e temos uma grande vocação para aceitar as outras culturas”, afirma, colocando como único limite a questão do respeito pelos direitos humanos. “Temos de aceitar as culturas dos outros desde que eles aceitem os nossos limites, nomeadamente, no que tem a ver que com respeito pelos direitos humanos”. Fora isso, defende, “não nos devemos meter naquilo que são formas diferentes de viver”.
OUTROS CASOS
REINO UNIDO
A polémica do véu está ao rubro no Reino Unido, na sequência do caso da professora Ayshah Azmi, que foi suspensa depois de se recusar a dar aulas sem o véu. Várias escolas e hospitais estão a ponderar proibir a utilização do ‘niqab’, véu que cobre todo o rosto com excepção dos olhos.
FRANÇA
O véu islâmico foi proibido nas escolas há dois anos, no âmbito da lei que proíbe a exibição de símbolos religiosos ostensivos em locais públicos. Foi também banido das fotografias oficiais, usadas, por exemplo, no bilhete de identidade e na carta de condução, mas continua a ser usado nas ruas pelas mulheres muçulmanas.ALEMANHAOito estados federais proibiram as professoras muçulmanas de usar o lenço ou véu islâmico para dar aulas, mas os tribunais estão a considerar se se trata ou não de uma medida discriminatória, já que, na escolas católicas, as freiras podem dar aulas com a cabeça coberta.
HOLANDA
O Parlamento holandês está a estudar a proibição do uso da ‘burqa’ fora de casa. Apenas 50 mulheres em todo o país usam aquela vestimenta tradicional, que cobre o corpo dos pés à cabeça, incluindo o rosto. Já os lenços e véus que cobrem o rosto são completamente proibidos a juízas e funcionárias da administração pública. A proibição nas escolas foi rejeitada pelos tribunais.
in Correio da Manhã
3 Comments:
Mais outra pessoa sofrendo ameaças.
Noto que dia a dia o cerco se fecha: na França, na Holanda, na GB e agora na Itália.Quem será o próximo?
É de indignar-se!!
Quando é que a Europa acordará?
Parece que a Europa tem medo de acordar, como sempre aconteceu, até chegar ao ponto de ocorrer uma catástrofe.
Era de se esperar que muitos dos europeus,tão arrogantes em se autodelcararem a vanguarda dos direitos humanos no mundo adotassem uma postura como a sua.A hipocrisia impera nesse continente ultrapassado em ideais,obsoleto em criatividade,imperialista!!!nunca antes tão distante da outrora época conhecida como iluminismo!!Julga o movimento islâmico ruim,mas defende o sionismo!Qual a diferença entre dois modelos que espalham tanto pânico?Enquanto um luta por um Estado e independência sobre governos corruptos pró-ocidente,que vcs e nós já tivemos ou ainda temos,o outro só luta por uma limpeza étnica.Mais uma vez,,vcs demonstram que definitivamente não são nem de perto a imagem de diplomáticos e educados que tentam passar para o mundo.Não vejo a tão defendida coexistência pacífica,integração,liberdade e igualdade que vcs falam sem conhecer o sentido dessas palavras.Sinceramente,é um continente de velhos!!Velhos homens,velhas esperanças,e velhas mentalidades!Essa decepção já era de se esperar de vcs,covardes obsoletos!
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