O ataque ao Natal
Hoje, o jornal «Público» publica várias notícias e artigos sobre o ataque que tem sido executado no Ocidente contra os símbolos do Natal, especialmente para não ofender os muçulmanos. Vasco Pulido Valente escreve:
Milhões de polícias
Vasco Pulido Valente
Na Inglaterra e na América é politicamente incorrecto, e hoje quase criminoso, festejar o Natal. Porquê? Porque, celebrado com tanta exuberância, o Natal se arrisca a ofender (ou a convencer) os crentes de religiões minoritárias, sobretudo, claro está, os muçulmanos. Mas como não se pode proibir o Natal, coisa que decerto os puristas gostariam de fazer em nome dos direitos do homem, a ortodoxia política tem por enquanto de o camuflar. Isto obriga naturalmente a algumas contorções verbais, a muita hipocrisia e a uma boa dose de intimidação. A "árvore de Natal" passou a "árvore da amizade" e o "jantar de Natal" a "jantar do solstício de Inverno". Os "cartões de Natal" são agora também "cartões da estação" e o "Bom Natal", suponho, "Boa Estação".
Nos países católicos, como Portugal, esta espécie de purga ainda não começou. Mas cá chegará, com o atraso e o zelo do costume. Entretanto, mesmo aqui, o totalitarismo (e uso a palavra deliberadamente) alastra sem sombra de protesto. O comportamento "aceitável" do cidadão comum é regulado e é imposto ao pormenor: e ninguém percebe, ou nota, o que se passa. No princípio da semana, por exemplo, um rapazinho fanático, porta-voz da Deco, exigia que o Estado obrigasse por lei qualquer restaurante (ou qualquer hotel) a admitir crianças. Segundo a lunática lógica da criatura, o princípio da igualdade, constitucionalmente consagrado, obrigava a essa medida de justiça. Não lhe ocorreu que o princípio da igualdade não se aplica, sem qualificação, a crianças. Como não lhe ocorreu que se propunha limitar a liberdade do próximo. A ideia de que há restaurantes que oferecem cerimónia e sossego e pessoas que gostam de cerimónia e sossego só lhe inspira desprezo. Se o consumidor que a Deco defende quer jantar entre correrias, choradeira e berros, o Estado não deve permitir outra maneira de viver. O resto não interessa.
Pouco a pouco, os "direitos do homem", pervertidos por pequenos grupos de pressão, que o Estado muitas vezes sustenta (para não ir mais longe, somos nós quem paga a Deco), vão servindo para criar uma sociedade minuciosamente vigiada. Não existe a menor diferença entre a actual ortodoxia "bem-pensante" e o jacobinismo ou o comunismo clássico. É a velha ambição de criar um homem racional e perfeito pela força política. Não por acaso os "marxistas" de ontem prosperam neste novo mundo. A tolerância sempre foi ou já se transformou em intolerância e há lugar para milhões de polícias.
e ainda:
* Alguns casos da controvérsia
* Símbolos do Natal: "Património comum" envolto em polémica - António Marujo
* Elemento do espírito, da cultura e da arte, diz o Papa - António Marujo
* Ofensas de Natal - Constança Cunha e Sá (só disponivel para assinantes ou na edição impressa)
* A censura "catequística" - Esther Mucznik (só disponivel para assinantes ou na edição impressa)
* Natal e hipocrisia - Nuno Pacheco (só disponivel para assinantes ou na edição impressa)
3 Comments:
Ria-me muito se os fãs deixassem de ir ao estádio, e passassem a torcer pelo Chelsea (não por causa do Mour-inho, mas por causa do sionista Abraham-ovich)
convinha dizer de onde tirou o texto... deve ter sido de algum blog
caro membro da associação Luís Braille... os créditos estão mencionados... foi retirado do jornal Público como pode constactar se seguir os links!!!
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