Observatório da Jihad


22.11.06

Luís Amado defende pressão sobre o Irão

O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse esta terça-feira, em entrevista ao diário israelita Haaretz, que o tempo das negociações com o Irão passou e chegou a altura de exercer pressão, noticia a agência Lusa.
Luís Amado manifestou-se também favorável a que a União Europeia assuma um papel mais significativo na solução do conflito israelo-palestiniano, apesar da tensão existente entre Jerusalém e Bruxelas.
«Estamos muito próximos de uma situação muito dramática e perigosa para a estabilidade no Médio Oriente e para todo o panorama internacional», afirmou Amado.
Questionado sobre se o crescimento da população muçulmana no continente europeu não tem influência no posicionamento da UE que, em Israel, é considerado, por vezes, como pró-árabe, o ministro português respondeu afirmativamente.
«Não queremos que se crie uma situação de radicalização islâmica nos países muçulmanos moderados, que rodeiam o continente, no Médio Oriente e no Magrebe, nem nas comunidades muçulmanas dentro do continente», disse.
«Em Portugal não sentimos tanto esse problema, mas em alguns outros países, como a França, Grã-Bretanha e Itália, a opinião pública analisa a influência do conflito israelo-palestiniano sobre a medida de integração das comunidades muçulmanas na sociedade europeia. E também os governos são influenciados por esse processo. É evidentemente uma questão política», sublinhou.
Luís Amado considerou, contudo, que isto não significa que a UE tenha tendência a colocar-se contra Israel.
O conflito israelo-palestiniano não é entre o mundo ocidental e o Islão. É um problema criado pela comunidade internacional, que tem de ser solucionado através da mesma comunidade internacional, disse.
Na entrevista, o ministro português é definido como um político carismático, calmo e moderado, determinado em não expressar opiniões específicas sobre os problemas locais.
A sua visita é considerada importante porque, embora represente um país pequeno, a presença de um governante português na região se verifica significativamente em vésperas da presidência portuguesa, no segundo semestre de 2007, logo a seguir a da Alemanha.

in Portugal Diário