Dialéctica
Hoje foi um dia quente e não estou a falar do tempo. Aqui e aqui, nas caixas de comentários, muçulmanos e 'infiéis' trocaram argumentos que se prolongaram no Máquina Zero e na Comunidade Islâmica na Web. Como todos perceberam este blogue (Observatório da Jihad e não Observatório do Islão) preocupa-se com os radicais do Islão, os loucos de Alá, e não com os muçulmanos em geral. Uma das tarefas mais dificeis é perceber quem é quem na nebulosa islâmica que habita na Europa. Quem são os muçulmanos que apesar de professarem uma fé distinta estão perfeitamente integrados nas sociedades ocidentais. Quais os que, apesar de parecerem moderados e integrados, estão prontos a fazer-se explodir ou a servirem a logística, incluindo financeira, do terrorismo internacional. E, por último, identificar os que arrogantemente afirmam que a Europa, detentora de uma cultura que desprezam e odeiam, será muçulmana e estão dispostos a qualquer barbaridade para o conseguirem.
Farto de ouvir falar na islamofobia não tenho qualquer preconceito em afirmar que ela existe porque os próprios muçulmanos, na maioria dos casos, não conseguem demarcar-se da violência e das estranhas convergências que assolam o mundo muçulmano. (Sobre as convergências neo-nazis/islão que não são novas, datam da época do Grande Mufti de Jerusalém Haj Amin el Husseini, voltarei brevemente a escrever.) E esse é o principal trabalho de casa que têm de efectuar se não querem amálgamas. Nesse sentido, o muçulmano Hamid (que tão alegre ficou com o minuto de fama que anteriormente lhe concedi) deu um passo assinalável. Não só se distanciou como condenou a edição do opúsculo de David Duke. E indo até mais longe, concedo-lhe, com gosto, mais um minuto de fama:
Às tantas já é impossível sair do ciclo vicioso criado por este tipo de discurso que, se noticia abundantemente os fanáticos e os seus atentados, dos outros, da esmagadora maioria dos muçulmanos - talvez as principais vítimas dos fanáticos e das suas acções -, com os seus anseios de liberdade e de tolerância, dos seus intelectuais e incontáveis movimentos cívicos que se batem por mais democracia e justiça por todo o mundo islâmico... bem, desses normalmente não se fala. Não convém. Batendo nesta tecla, a partir de certa altura, qualquer tentativa de diálogo racional torna-se impossível.
Não posso estar mais de acordo. Fico à espera que o 'camarada' Hamid use a palavra, que fale e nos mostre quem são os intelectuais e incontáveis movimentos cívicos que se batem por mais democracia e justiça por todo o mundo islâmico. Convêm, e muito, falar neles. Eu apoio!
2 Comments:
Talvez dando mais lugar nas notícias a esses "movimentos cívicos" e menos às "bombas" radicais se pudesse fazer algo para melhor. Um movimento só vive se lhe for dado espaço para viver. E quanto mais se der notícia, mais o movimento aumenta. O contrário também é verdade.
Eu também apoio!
é possível ler notícias sobre movimentos reformistas em memri.org; memritv.org; english.aljazeera.net
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