Londres: Cada vez mais jovens muçulmanos defendem charia
Um número crescente de jovens muçulmanos na Grã-Bretanha são favoráveis à charia, ao véu islâmico para as mulheres e às escolas confessionais, segundo uma sondagem publicada hoje no Reino Unido.
O estudo, realizado junto de 1.003 muçulmanos pelo instituto Policy Exchange, revela igualmente um apoio político cada vez maior às organizações islâmicas radicais entre os jovens.
«A emergência de uma identidade muçulmana forte na Grã-Bretanha é, em parte, o resultado das políticas multiculturais colocadas em prática nos anos 1980, que acentuaram a diferença em detrimento de uma identidade nacional partilhada e dividiram as pessoas segundo as linhas de partilha étnicas, religiosas e culturais», comentou Munira Mirza, que dirigiu a redacção do relatório.
Segundo o inquérito realizado por Internet e telefone, 37% dos jovens entre os 16 e os 24 anos afirmam que preferem viver segundo a lei da charia (lei islâmica), contra apenas 17% das pessoas com mais de 55 anos.
A mesma percentagem de jovens muçulmanos diz preferir enviar as suas crianças para escolas muçulmanas públicas e 74% defendem que as mulheres muçulmanas devem usar o véu islâmico em público.
Entre as pessoas com mais de 55 anos, estes números são respectivamente de 19 e 28%.
Segundo o mesmo estudo, 7% do total dos inquiridos afirmam «admirar as organizações como a Al-Qaeda, que estão dispostas a combater o Ocidente».
O número é de 13% entre os jovens e de 3% entre os mais velhos.
De acordo com a sondagem, 71% das pessoas com mais de 55 anos indicam ter tantas ou mais coisas em comum com os não-muçulmanos da Grã-Bretanha do que com os muçulmanos fora do país, mas esse número desce para os 62% na faixa etária entre os 16 e os 24 anos.
«Existe claramente um conflito no seio do Islão britânico entre uma maioria moderada que aceita as regras da democracia ocidental e uma minoria crescente que não as aceita», afirmou Munira Mirza.
«O sentimento religioso entre os jovens muçulmanos não consiste em seguir as tradições culturais dos seus pais, mas o seu interesse pela religião é mais politizado», acrescentou.
in Diário Digital
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