A Revolução Islamista de 1979
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Há mais de um século que os teólogos discutem os problemas colocados à sua fé pelo choque que o mundo ocidental provocou nas suas sociedades tradicionais, contrariados por abandonar a lei santa a favor das leis estrangeiras e ímpias. Tal como o fundamentalismo dos Irmãos Muçulmanos, o «radicalismo neo-conservador» de Khomeyni e dos seus discípulos surgiu destes debates e da convicção que a modernidade laica, liberal ou marxista é um fracasso, que a salvação está no retorno às origens divinas da sua religião.
Opondo-se aos modernos influenciados pelo laicismo francês, o americanismo ou o marxismo, para os quais o Islão se deve dissociar da política, Khomeyni não cessou de pregar o contrário, repetindo que «o Corão contêm cem vezes mais versículos relativos aos problemas sociais do que versículos sobre os assuntos de devoção…». Para ele, o Islão «é político ou não é nada». Contrariamente ao que se poderia pensar, ele não dizia que tudo era religioso. Não, ele dizia que tudo era político e que as respostas estão no Corão. E esta mensagem fez escola. Um número crescente de muçulmanos, nomeadamente pertencentes às novas gerações explosivas e numerosas, aprovam-na e querem colocá-la em prática.
Histoire du Terrorisme, Dominique Venner, Pygmalion, 2002, p. 168.
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